Branding Sonoro: Como as Marcas Estão Virando “Bandas”

O Que É Branding Sonoro e Por Que Ele Está em Alta

No universo do marketing contemporâneo, o branding sonoro deixou de ser uma tendência e se tornou um elemento central na construção da identidade de marca. Se no passado logotipos visuais bastavam, hoje as empresas buscam uma presença multissensorial — e o som tem ocupado um lugar de destaque nesse novo ecossistema.

Branding sonoro é o processo de criar sons, melodias ou experiências auditivas que traduzam a essência de uma marca. Pode ser uma vinheta curta, um tema musical completo, um tom de notificação, ou até uma trilha personalizada para campanhas.

Assim como reconhecemos marcas pelo olhar, também começamos a identificá-las pelo ouvido — muitas vezes de forma inconsciente, emocional e imediata. E é justamente essa conexão afetiva que faz do branding sonoro uma ferramenta poderosa.


Exemplos Icônicos de Branding Sonoro: De Netflix a TikTok

Algumas marcas conseguiram criar verdadeiros hits auditivos que se tornaram parte do nosso cotidiano — seja ao ligar a TV, desbloquear o celular ou assistir a um vídeo. Esses sons funcionam como assinaturas sonoras universais.

Exemplos memoráveis:

  • Netflix: o “tum-tum” que antecede séries e filmes, criado para gerar impacto imediato e familiaridade.
  • Intel: os cinco tons ascendentes que viraram símbolo de inovação tecnológica desde os anos 90.
  • Nubank: lançou em 2023 sua identidade sonora completa, com trilhas personalizadas, sons de app e jingles de campanha.
  • TikTok: além dos sons da interface, a marca virou um fenômeno musical, sendo hoje responsável pela viralização global de milhares de músicas.

Esses exemplos mostram que o branding sonoro não é apenas uma vinheta — é uma extensão da personalidade, dos valores e do posicionamento da marca.


Como É Criado um Branding Sonoro Eficaz? Do Estúdio à Emoção

O processo de criação de um branding sonoro vai muito além da composição musical. Ele envolve pesquisa, psicologia, testes com usuários e alinhamento com a identidade da marca. É como criar um “logotipo sonoro” que fale diretamente ao subconsciente do consumidor.

Etapas do processo:

  1. Briefing emocional: quais sensações a marca quer transmitir?
  2. Referências sonoras: estilos musicais, timbres e ícones culturais que dialogam com o público.
  3. Composição e variações: criação de vinhetas, temas longos, versões para diferentes canais.
  4. Testes de percepção: grupos focais avaliam reconhecimento, emoção e associação com a marca.
  5. Aplicação estratégica: onde e como os sons serão usados — apps, comerciais, lojas, eventos, etc.

Agências especializadas como Sixième Son, Amp Sound Branding e Audio UX lideram o mercado global nessa área, trabalhando com marcas como Samsung, Coca-Cola e Mastercard.


O Som Como Extensão da Identidade de Marca

Assim como uma cor ou uma fonte, o som comunica valores, posicionamentos e personalidade. Por isso, um branding sonoro eficaz deve refletir o “tom de voz” da marca, tanto literal quanto figurativamente.

Por exemplo:

  • Marcas jovens e inovadoras optam por batidas eletrônicas ou elementos pop.
  • Marcas premium preferem instrumentações orquestradas e ambiências elegantes.
  • Marcas sustentáveis tendem a usar sons da natureza, instrumentos orgânicos e silêncio controlado.

Além disso, o branding sonoro precisa ser coeso em todos os pontos de contato: desde o som que toca ao abrir o aplicativo até a música que embala os vídeos institucionais.

Essa consistência cria reconhecimento imediato, além de gerar familiaridade e confiança — pilares emocionais essenciais na relação entre marca e consumidor.


Música Original em Campanhas Publicitárias: O Som Que Vende

Além das vinhetas e sons funcionais, muitas marcas têm investido em trilhas originais para campanhas, transformando jingles em verdadeiros hits. A música deixa de ser apenas trilha de fundo e se torna personagem principal da comunicação.

Exemplos recentes:

  • Apple: trilhas originais em campanhas que depois viralizam no TikTok.
  • Havaianas: jingles tropicais que traduzem o clima descontraído da marca.
  • Magalu: músicas compostas exclusivamente para anúncios, sempre alinhadas ao tom leve e familiar.

Essa estratégia tem dois efeitos:

  1. Fixação na memória sonora do consumidor
  2. Potencial de viralização nas redes sociais

Com a popularização dos Reels e do TikTok, marcas que criam músicas originais podem, inclusive, dominar trilhas de tendências e challenges, reforçando presença com baixo custo de mídia.


Como o Branding Sonoro Afeta o Comportamento do Consumidor

Estudos mostram que sons impactam decisões de compra de forma subconsciente. O ouvido humano reage a estímulos sonoros com rapidez, e nosso cérebro é programado para criar associações emocionais a partir de sons.

Efeitos comprovados:

  • Aumento de reconhecimento de marca em até 96% com vinhetas consistentes
  • Estímulo de lembrança emocional, mesmo sem exposição visual
  • Geração de engajamento sensorial em lojas, aplicativos e espaços físicos
  • Influência direta sobre ritmo de navegação e tempo de permanência em apps

Ou seja: o som tem poder de atrair, reter, engajar e fidelizar. Ele não é mais coadjuvante — é um ativo estratégico com ROI mensurável.


O Som Como Pilar do Marketing Moderno

O branding sonoro está transformando marcas em experiências auditivas completas. Do som de notificação ao hit da campanha publicitária, o áudio se tornou parte fundamental da jornada do consumidor.

Num mundo saturado de estímulos visuais, o som se apresenta como diferencial competitivo, capaz de emocionar, conectar e memorizar. E as marcas que entendem esse poder estão virando “bandas” com trilha própria, marcando presença no ouvido — e no coração — do público.

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